Comida Kosher: a Cartilha Kosher

A Definição de “Kosher”:

A palavra hebraica “kosher” significa adequado ou apropriado em relação às leis dietéticas Judaicas. Os alimentos “kosher” estão autorizados para consumo e podem ser utilizados como ingredientes na produção de outros itens alimentícios. 

As leis básicas possuem origem Bíblica (Levítico 11 e Deuteronômio 17). Por milhares de anos, estudiosos Rabínicos interpretaram essas leis e as aplicaram a situações contemporâneas. Adicionalmente, organizações Rabínicas promulgaram uma legislação protetiva para salvaguardar a integridade das leis kosher. 

Regras e Normas Dietéticas Kosher. 

As leis de alimentação kosher são complexas e extensas. A intenção deste guia é familiarizar o leitor com alguns dos fundamentos do kashrut e proporcionar uma visão esclarecedora em relação à sua aplicação prática. Devido à natureza complexa das leis kosher, deve-se consultar um Rabino Ortodoxo sempre que surgir alguma dúvida. 

Embora um benefício higiênico adicional tenha sido atribuído ao cumprimento do kashrut, o seu propósito final e o seu fundamento consistem na obediência à Vontade Divina, conforme expressa na Torá. 

não muito tempo, a maioria dos produtos alimentícios eram preparados na cozinha da família ou em uma pequena fábrica ou estabelecimento da comunidade local. Era relativamente fácil determinar se um produto era seguramente kosher. Se fosse necessária a supervisão Rabínica, ela era realizada pelo Rabino da comunidade, que era conhecido por todos. Atualmente, a industrialização, o transporte transcontinental e a produção em massa criaram uma situação em que a maioria dos alimentos que consumimos são tratados, processados, cozidos, enlatados ou embalados comercialmente em instalações industriais, que podem estar localizadas a centenas ou milhares de quilômetros de casa. 

Um fator de complicação adicional é que, por diversos motivos, geralmente não é possível avaliar o status kosher de um item com base nas informações disponibilizadas na lista de ingredientes. 

Primeiro: o produto pode ter sido produzido com ingredientes kosher, mas processado em equipamentos não kosher. Segundo: o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não exige a listagem de certos adjuvantes de processamento, como forros para assadeiras e óleos utilizados como agentes desmoldantes. Embora não sejam legalmente classificados como ingredientes, esses itens podem, no entanto, tornar o produto não kosher. Terceiro: muitos ingredientes podem ser kosher ou não kosher, dependendo de sua fonte de origem. Por exemplo: a glicerina e os emulsificantes são produzidos tanto a partir de óleos vegetais (provavelmente kosher) quanto a partir de óleos de origem animal (provavelmente não kosher). Por último: muitos ingredientes são listados apenas de forma genérica, sem o detalhamento dos diversos componentes complexos que constituem o item de fato. Por exemplo: um sabor de chocolate pode conter 50 componentes, mas a lista de ingredientes irá incluir todo esse conjunto de ingredientes comoflavorizantes”. 

A menos que seja um especialista em produção de alimentos, o consumidor médio não consegue fazer uma avaliação do status kosher, e é por isso que é importante comprar apenas os produtos que têm o aval de uma agência kashrut confiável. 

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Comida Kosher Comida Kosher

      1. Carnes Kosher & Carnes, Aves e Peixes Não Kosher

        1. Carnes:

          A Torá afirma que os mamíferos kosher são aqueles que ruminam (ruminantes) e têm cascos bipartidos. As seguintes espécies animais estão entre as consideradas kosher: adax, antílope, bisão, vaca, cervo, gazela, girafa, cabra, íbex e ovelha. Além disso, as carnes e aves kosher requerem uma preparação especial, que será detalhada mais abaixo.

        2. Aves:

          A Torá não enumera características específicas para distinguir as aves permitidas das proibidas. Em vez disso, ela lista 24 espécies de aves proibidas, enquanto todas as outras são consideradas kosher. No entanto, por várias razões, na prática são consumidas apenas as aves cuja espécie é tradicionalmente considerada kosher.

        3. Peixes:

          A Torá estabelece dois critérios para determinar quais peixes são kosher. Os peixes devem ter barbatanas e escamas. As escamas devem ser facilmente removíveis, sem que a pele seja danificada. [Geralmente, as escamas dos peixes kosher são finas, arredondadas e possuem bordas lisas (cicloide) ou apresentam segmentos estreitos semelhantes aos dentes de um pente (ctenoide)]. Todos os mariscos são proibidos. Ao contrário das carnes e das aves, o peixe não exige preparação especial. No entanto, as escamas do peixe devem estar visíveis ao consumidor para que seja possível definir o status kosher do peixe.

          Portanto, filés de peixes ou peixes moídos não devem ser comprados a menos que haja supervisão apropriada ou que o filé apresente um lado da pele com escamas presas à carne. Além disso, comprar peixe em um estabelecimento não kosher é problemático – mesmo se as escamas estiverem intactas – porque as facas e as mesas não são kosher e, portanto, deve-se buscar orientação Rabínica.

          As leis Rabínicas proíbem o consumo de peixe e carne juntos.

          Peixes processados e defumados requerem uma supervisão rabínica confiável, assim como todos os alimentos processados.

      2. Procedimentos para Carnes e Aves

        1. Shechitá (Abate):

          A Torá exige que as carnes e as aves sejam abatidas de uma maneira específica denominada Shechitá. A traqueia e o esôfago do animal são cortados com uma lâmina especial, afiada e perfeitamente lisa, resultando em uma morte instantânea e indolor para o animal. Apenas um abatedor kosher treinado (Shochet), cuja piedade e perícia tenham sido atestadas por autoridades rabínicas, está qualificado para abater um animal para consumo kosher.

        2. Bedicá (Inspeção):

          Após o animal ter sido abatido de forma apropriada, um inspetor treinado (Bodek) examina os órgãos internos em busca de quaisquer anormalidades fisiológicas que possam tornar o animal não kosher (“treifá” ou “taref”). Os pulmões, em especial, devem ser analisados a fim de se constatar que não há aderências (sirchot), as quais poderiam ser um indicativo de uma perfuração nos pulmões. Se for encontrada alguma aderência, o Bodek deve examiná-la cuidadosamente para determinar o status kosher. Deve-se observar que, além de atender aos requisitos da Halachá (lei Judaica), a Bedicá de órgãos internos assegura um padrão de qualidade que excede as exigências governamentais.

        3. Glatt Kosher:

          Embora nem todas as aderências tornem um animal não kosher, algumas comunidades Judaicas ou indivíduos só consomem a carne de um animal que tenha sido atestado livre de quaisquer aderências em seus pulmões. “Glatt” significa literalmente “liso” ou “uniforme”, indicando que a carne é proveniente de um animal cujos pulmões foram considerados livres de aderências. Ultimamente, o termo “glatt kosher” tem sido cada vez mais utilizado de maneira mais ampla, como uma frase genérica, denotando que o produto é seguramente kosher.

        4. Nikkur ou Nicur (Extirpa):

          Em algumas espécies de animais kosher, muitos vasos sanguíneos, nervos e lóbulos de gordura são proibidos e devem ser removidos. Existem procedimentos de corte específicos para a carne de boi, de vitela e de cordeiro conhecidos como Nikkur (palavra hebraica para “extirpa”), que devem ser executados por um indivíduo especialmente treinado.

        5. Kasherização da Carne:

          A Torá proíbe o consumo de sangue animal. Os dois métodos aceitos para extração de sangue da carne – um processo denominado “kasherização” – são a salga ou a grelhagem.

          A carne não deve ser colocada em água quente antes de ser “kasherizada”. Se a carne for cozida antes da kasherização, ela não pode se tornar kosher.

        6. Salga da Carne:

          Primeiro, a carne deve ser imersa por meia hora em água fria (não gelada) em um recipiente designado apenas para esse fim. Em seguida, após permitir que o excesso de água escorra da carne, ela é inteiramente salgada de modo que toda a sua superfície seja coberta com uma fina camada de sal. Apenas sal grosso deve ser utilizado. Ambos os lados das carnes e aves devem ser salgados. Todos os miúdos (seções internas soltas) das aves devem ser removidos antes do início do processo de kasherização. Cada uma dessas partes internas deve ser imersa e salgada individualmente.

          Se a carne ou a ave forem fatiadas durante o processo de salga, as superfícies recém-expostas pelo corte agora também devem ser imersas em água por meia hora e salgadas. 

          A carne salgada é deixada por uma hora em uma superfície inclinada ou perfurada para permitir que o sangue escorra livremente. A cavidade da ave deve ficar aberta e ser posicionada apontando para baixo.

          Após a salga, a carne deve ser inteiramente imersa e, em seguida, minuciosamente lavada para que todo o sal aplicado seja removido.

          De acordo com a lei Judaica, a carne deve ser kasherizada em até 72 horas após o abate para que não se permita que o sangue coagule. Se a carne tiver sido inteiramente imersa antes do limite de 72 horas, um período adicional de 72 horas é concedido para completar a primeira etapa do processo de salga. 

        7. Grelhagem:

          Uma forma alternativa de “kasherizar” a carne é por meio da grelhagem. O fígado só pode ser kasherizado com a grelha devido à predominância de sangue nele.

          Tanto o fígado quanto a carne devem primeiro ser bem lavados para que todo o sangue superficial seja removido. Eles então são levemente salgados por todos os lados. Em seguida, eles são grelhados sobre fogo aberto, especificamente em uma grelha perfurada designada para grelhar fígados, e isto irá drenar o sangue interno. Ao kasherizar um fígado, deve-se fazer cortes no fígado antes da grelhagem.

          A carne ou o fígado devem ser grelhados dos dois lados até que a superfície externa pareça estar seca e amarronzada. Após a grelhagem, a carne ou o fígado são lavados.

        8. O Açougueiro Kosher:

          Anos atrás, a salga de carnes e aves era realizada na casa do consumidor. Mais recentemente, o açougueiro kosher realizava a salga no açougue. Atualmente, todo o processo de Abate, Bedicá, Nikkur e Salga foi transferido para o abatedouro. Isso proporciona padrões elevados com uma consistência uniforme. No entanto, o açougueiro kosher desempenha um papel fundamental na distribuição do produto. O açougueiro deve ser uma pessoa íntegra e o seu estabelecimento deve estar sob supervisão Rabínica confiável.

        9. Embalagem:

          Desde o momento do abate, as carnes e as aves kosher devem ser devidamente supervisionadas até chegarem ao consumidor. Normalmente, uma etiqueta de metal denominada “plumba”, portando o símbolo kosher, é fixada na carne ou na ave, funcionando como um selo identificador de supervisão. Alternativamente, a carne ou a ave são colocadas em uma embalagem lacrada com o símbolo kosher sendo exibido em destaque.

        10. Custos Kosher:

          Devido às carne e às aves kosher possuírem muitos requisitos de processamento (Shechitá, Bedicá, Nikkur e Salga) que devem ser realizados por indivíduos especialmente treinados, os custos de mão de obra associados às carnes e aves kosher são significativamente maiores. Isso explica os preços mais elevados das carnes e aves kosher.

    1. Caterings Kosher, Restaurantes Kosher & Hotéis

      Serviços de catering, restaurantes e hotéis devem ser supervisionados por uma autoridade Rabínica Ortodoxa reconhecida.

      Não se pode presumir que o kashrut está assegurado simplesmente porque uma percepção kosher foi criada por um anúncio ou por uma declaração como “servimos uma clientela kosher”. Muitas vezes, presume-se que restaurantes ‘vegetarianos’ ou ‘dairy’ são kosher e não necessitam de supervisão. Infelizmente, esse é um equívoco comum. Peixes, itens de panificação e confeitaria, queijos, gorduras, óleos, ovos, margarinas, molhos e condimentos estão entre os muitos alimentos que requerem supervisão em restaurantes ‘vegetarianos’ e ‘dairy’. Mesmo os alimentos que são kosher em seu estado in natura podem se tornar não kosher quando preparados em equipamentos utilizados para alimentos não kosher. Por essas razões, é necessária uma supervisão kosher confiável.

    2. Carne e Leite na Cozinha Kosher

      A Torá proíbe: 1) cozinhar carne e leite juntos sob qualquer forma; 2) comer tais produtos cozidos juntos, ou 3) tirar proveito deles. Como medida de segurança, os Rabinos estenderam essa proibição, vetando o consumo de carnes e laticínios na mesma refeição e também a sua preparação com os mesmos utensílios. Além disso, os produtos lácteos não podem ser consumidos após a ingestão de carne, por um determinado período de tempo. Existem diferentes tradições em relação ao tempo de espera entre carnes e laticínios, mas o costume predominante é aguardar seis horas.

      A carne pode ser consumida após os produtos lácteos com a única exceção do queijo duro envelhecido 6 meses ou mais, o qual requer o mesmo tempo de espera que o leite depois da carne. Antes de comer carne após o leite, deve-se comer um alimento sólido, beber um líquido ou enxaguar bem a boca e verificar a limpeza das mãos.

      1. Utensílios:

        A menos que uma pessoa seja vegetariana e a carne esteja totalmente excluída de sua cozinha, uma cozinha kosher deve ter dois conjuntos distintos de utensílios: um para carnes e aves, e outro para laticínios. Devem haver conjuntos diferentes e separados de vasilhas, panelas, pratos e talheres.

      2. Lavagem de Louça:

        Preferencialmente, o ideal é ter duas pias de cozinha: uma para carnes e outra para laticínios. Se isso não for possível e uma pessoa utilizar a mesma pia para carnes e laticínios, os pratos e utensílios devem ser colocados e lavados em um rack, de forma que não encostem na pia. Deve-se utilizar racks distintos: um para carnes e outro para laticínios. Deve-se tomar cuidado para garantir que a água não possa subir até o nível do rack, e a louça não pode ser mergulhada em uma pia utilizada tanto para laticínios quanto para carnes.

    3. Ovos:

      Os ovos (ou outros subprodutos) de aves ou peixes não kosher também não são kosher. O caviar, portanto, deve ser proveniente de um peixe kosher e isso requer supervisão confiável. Os ovos líquidos industrializados também requerem supervisão. Os ovos de aves kosher que contenham pontos de sangue devem ser descartados e, portanto, deve-se inspecionar os ovos antes de utilizá-los.

    4. Gorduras e Óleos:

      As regulamentações governamentais relativas à rotulagem de ingredientes alimentícios passaram por mudanças rigorosas. O rótulo deve especificar não apenas o tipo de gordura – vegetal ou animal – mas também deve declarar a sua origem de fato. Assim, é comum encontrar menções a óleo de algodão, banha de porco, óleo de coco e outras fontes de óleo. O resultado desse detalhamento explícito no rótulo é que o consumidor pode detectar facilmente o que é claramente não kosher. No entanto, é importante estar ciente de que o status kosher de um produto que contenha até mesmo gordura vegetal pura só pode ser verificado por uma certificação kosher confiável. A razão para isso é que os fabricantes de gorduras vegetais frequentemente processam gorduras animais nos mesmos equipamentos. Produtos vegetais puros podem atender às diretrizes do USDA relativas ao grau de pureza, mas, nos termos da lei Judaica, um óleo vegetal pode ser não kosher devido ao processamento em equipamentos não kosher.

    5. Emulsificantes:

      Os emulsificantes são substâncias complexas utilizadas em muitos tipos de produção alimentícia. Eles podem desempenhar uma série de funções relevantes como, por exemplo, agir como um surfactante (reduzindo a tensão superficial de um líquido), tornando óleo e água solúveis.

      Os emulsificantes são componentes fundamentais em muitos itens alimentícios, tais como: margarinas, gorduras, cremes para recheios, coberturas, cremes para café, branqueadores, misturas prontas para bolo, donuts, pudins, sorvetes, sobremesas geladas, purês de batata instantâneos, pastas de amendoim, cereais matinais, chocolates e doces. Os emulsificantes podem ser exibidos na lista de ingredientes como polissorbatos, glicerídeos, mono e diglicerídeos, monoestearatos de sorbitano etc. Os emulsificantes são produzidos a partir de óleo animal ou vegetal e requerem supervisão kosher confiável.

    6. Flavorizantes:

      Um setor fundamental da indústria alimentícia é o de fabricantes de flavorizantes. Os flavorizantes, sejam eles artificiais ou naturais, são componentes de quase todos os produtos. A produção de flavorizantes é altamente complexa e utiliza matérias-primas de todas as fontes imagináveis. Alguns ingredientes kosher sensíveis normalmente utilizados em flavorizantes são: o óleo de fúsel (que pode ser extraído do suco de uva), a glicerina e o castóreo (um extrato de glândulas de castores). Visto que a lista de ingredientes nunca inclui um detalhamento dos ingredientes utilizados nos flavorizantes, os alimentos que contêm flavorizantes naturais ou artificiais requerem supervisão confiável.

    7. Recheios e Cremes:

      Todos os recheios, cremes e pastas devem ser certificados como kosher porque podem conter gorduras, emulsificantes, estabilizantes de gelatina e flavorizantes.

    8. Pães, Pãezinhos, Challah, Bagels e Bialys:

      Esses alimentos básicos apresentam vários pontos de atenção em relação às leis kosher e requerem certificação kosher.

      Muitos tipos de pão são feitos com óleos e gorduras. Os ingredientes básicos, especialmente de misturas prontas para massas e de condicionadores de massa, são gorduras e diglicerídeos. Nas panificadoras e padarias, as cubas e assadeiras nas quais a massa é colocada para crescer e assar são untadas com óleos lubrificantes ou óleos divisores que podem ser não kosher. Esses óleos geralmente não constam nos rótulos. Também pode ocorrer o problema de outros produtos não kosher terem sido preparados e assados no mesmo equipamento. Essas são algumas das razões pelas quais os pães requerem supervisão kosher.

      É rabinicamente proibido produzir pães utilizando ingredientes lácteos. Visto que o pão é normalmente consumido em todas as refeições, os Rabinos temiam que alguém pudesse inadvertidamente comer pão feito com leite em uma refeição com carne. Há apenas duas exceções: se o pão for assado em um formato ou desenho incomum, indicando que foi feito com leite, ou se o pão for pequeno ao ponto de ser consumido em uma única refeição.

      A lei Judaica exige que uma porção da massa ou do produto final assado seja reservada para o que é conhecido como “challah”. Embora qualquer tamanho de porção seja adequado para a challah, costuma-se separar uma porção do tamanho de uma azeitona. Depois de ser separada, a challah é queimada. Esse ritual é obrigatório apenas quando o proprietário da massa no momento de sua preparação for Judeu, e quando a massa for feita com farinha de qualquer um destes cinco grãos: trigo, aveia, centeio, espelta e cevada. Além disso, não há necessidade de separar a challah se a massa contiver menos de 1 kg de farinha. Se a massa contiver pelo menos 2 kg de farinha, uma bênção é recitada antes da separação da challah.

      Se essa mitzvá não tiver sido cumprida na panificadora ou na padaria, ela pode ser realizada em casa, colocando-se todos os produtos de panificação em um cômodo, abrindo-se todas as embalagens lacradas e pegando-se um pequeno pedaço de qualquer um desses produtos e queimando-o.

    9. Bolos, Itens de Confeitaria e Donuts

      Esses produtos geralmente contêm gorduras, emulsificantes, flavorizantes e outros ingredientes kosher sensíveis e, portanto, é necessária uma supervisão confiável.

    10. Laticínios

      1. Leite:

        As leis Rabínicas exigem que haja supervisão durante o processo de ordenha para garantir que o leite seja proveniente de um animal kosher. Seguindo a opinião de muitas autoridades rabínicas, a política da OU é que, nos Estados Unidos, os regulamentos e controles do Departamento de Agricultura são suficientemente rigorosos para garantir que apenas o leite de vaca seja vendido comercialmente. Esses requerimentos governamentais atendem ao requisito Rabínico para a supervisão. No entanto, alguns indivíduos são mais rígidos e consomem apenas leite produzido com supervisão em tempo integral. Esse leite é denominado Chalav Yisrael.

      2. Queijo:

        Todos os queijos necessitam de certificação kosher, incluindo os queijos duros (suíço, cheddar etc.) e queijos macios (cottage, farmer cheese, pot cheese e cream cheese). O coalho, processado a partir de estômagos de bezerros não desmamados, é frequentemente utilizado na produção de queijos duros como um agente de coalhagem e coagulação. O queijo duro kosher é produzido com coalho microbiano, que é derivado de fontes kosher. Devido ao fato de que os queijos duros em geral são normalmente produzidos com coalho animal, os sábios Rabínicos decretaram que mesmo quando o coalho animal não for utilizado, um supervisor em tempo integral deve estar presente para garantir a integridade kosher do produto. O queijo duro produzido com ingredientes kosher e um supervisor em tempo integral é conhecido como Gevinat Yisroel.

        Os queijos macios podem conter culturas lácteas e flavorizantes que não são kosher. Tendo em vista que esses produtos são pasteurizados, a integridade do equipamento também é um ponto crítico.

    11. Alimentos Pareve (ou Parve):

      O adjetivo “pareve” significa que o item alimentício não contém ingredientes lácteos ou à base de carne, e que ele não foi processado com o uso de calor em equipamentos destinados a laticínios ou carnes. Os alimentos pareve são neutros e podem ser consumidos com carne ou laticínios.

      1. Rotulagem:

        A política da OU determina que os laticínios e as carnes sejam rotulados, respectivamente, como “OU-D” (ou “OU Dairy”) e “OU Carne”. Um item rotulado como “OU”, sem um sufixo, pode ser considerado pareve. No entanto, recomendamos a verificação dos ingredientes listados no rótulo, pois, em raras ocasiões, o “OU-D” é inadvertidamente omitido.

      2. Sherbets:

        De acordo com os padrões governamentais, qualquer produto rotulado como ‘sherbet’ ou ‘sherbet de frutas’ deve conter leite e, portanto, não é pareve. Raspadinhas de gelo doces podem ser pareve ou lácteas, o que irá refletir em sua designação pela OU.

      3. Margarina:

        A margarina contém óleos e glicerídeos, e requer certificação rabínica. Além disso, a margarina pode conter até 12% de ingredientes lácteos e, portanto, algumas margarinas são OU Dairy, enquanto outras são pareve.

      4. Cremes Não Lácteos:

        Muitos cremes não lácteos são, na verdade, lácteos e apresentam o símbolo “OU-D”. O governo exige que os cremes sejam rotulados como “não lácteos” se forem produzidos com derivados do leite em vez de leite integral.

    12. Alimentos Naturais e Saudáveis

      Com a proliferação de produtos alimentícios saudáveis promovidos como “Naturais”, “Puros” ou similares nos Estados Unidos, alguns esclarecimentos são necessários em relação ao seu status kashrut. Há uma noção equivocada de que produtos naturais são inerentemente kosher. Na verdade, todos os alimentos não kosher são naturais e, portanto, a denominação “natural” não tem relação com o status kosher.

    13. Vinhos e Produtos à Base de Uva:

      Todos os sucos de uva, vinhos de uva ou conhaques devem ser preparados sob rigorosa supervisão Rabínica Ortodoxa. Depois que o vinho kosher tiver sido pasteurizado (fervido), não há restrições em relação ao seu manuseio. Esses produtos são geralmente rotulados como “mevushal”.

      As geleias de uva produzidas com polpa de uva, bem como todas as variedades de geleias e compotas, requerem supervisão porque podem ser processadas em equipamentos não kosher e conter aditivos não kosher. As geleias de uva produzidas com suco de uva só podem ser consumidas se for utilizado suco de uva kosher, sob supervisão apropriada.

      Flavorizantes naturais e artificiais de uva não podem ser utilizados, a menos que sejam certificados como kosher. Muitos flavorizantes de uva contêm extratos naturais de uva e são rotulados como “aroma artificial” ou “aroma imitação” porque outros aditivos aromatizantes foram utilizados na fórmula.

      Os licores requerem supervisão devido aos aromatizantes utilizados nesses produtos. Além disso, a base alcoólica pode ser derivada do vinho.

    14. Viagens:

      Para os empresários ou turistas que viajam pelos Estados Unidos, os produtos com certificação kosher estão disponíveis em quase todos os lugares, até mesmo nas menores mercearias das cidades mais remotas. No entanto, é muito mais difícil obter produtos com certificação kosher confiável na maioria dos países estrangeiros.

      Um viajante que leva refeições congeladas para lugares onde apenas fornos não kosher estão disponíveis para reaquecimento pode usar esses fornos envolvendo a embalagem congelada em duas camadas de papel alumínio. Se for utilizar um micro-ondas, os alimentos também devem ser embrulhados duas vezes em material apropriado. Em viagens de avião, trem ou navio, as refeições kosher devem ser solicitadas com antecedência. Essas refeições também são aquecidas em fornos não kosher. Os funcionários das companhias de transporte são orientados a aquecer essas refeições da mesma forma que foram recebidas: duplamente embaladas, e com o selo do fornecedor e o selo de certificação Rabínica intactos. O viajante pode se certificar por meio dos selos intactos que as refeições não foram violadas. Qualquer refeição que não esteja devidamente lacrada, não deve ser consumida. A certificação kosher aplica-se apenas aos alimentos contidos na embalagem lacrada.

      Qualquer outro alimento (pãezinhos, vinhos ou licores, queijos, cremes para café ou lanches) servido avulso pela transportadora não está incluído na certificação kosher, a menos que esteja lacrado e tenha o seu próprio certificado separado.